Com referências a Senhor dos Aneis e O Hobbit de Tolkien, The Dwarves é baseado em outra série de literatura fantástica homônima. A trama traz a história de Tungdil Goldhand, um anão órfão criado por humanos que acaba envolvido em uma rede de conspiração para destruir o reino de Girdlegard.

Uma das primeiras coisas que impressiona no título é que, apesar de um RPG de ação, The Dwarves não segue a linha de Diablo ou Torchlight. Em vez disso, sua aproximação é mais estratégica, exigindo que você pause bastante para formular suas táticas e aproveitar ao máximo as habilidades dos personagens.

Girdlegard é bastante semelhante ao que vemos na Terra-Média: fortalezas históricas abandonadas, reinos cheios de opulência e, claro, hordas intermináveis de orcs e criaturas malignas. Mas enquanto os reinos dos anões em O Senhor dos Aneis e O Hobbit são meramente citados e nunca visitados - ou estão completamente destruídos quando os heróis chegam lá -, aqui eles são as grandes estrelas e podemos ver a beleza de seus salões subterrâneos.

A narrativa de The Dwarves é bem articulada, apesar de não fugir muito dos padrões estabelecidos pelo gênero. Enquanto adaptação de um livro, o jogo tenta se focar mais nas intensas batalhas, nos quais os pequenos estão sempre em grande desvantagem numérica.

“Abismo de Helm é fichinha perto do que irá encarar em The Dwarves” foi uma das frases que a King Art Games usou para definir o seu game. E a afirmativa é verdadeira.

Mas é uma pena que o jogo seja tão quebrado. Testamos a versão para o Xbox One e era difícil deixar de se frustrar durante a maioria delas, já que frequentemente demonstravam lentidão ou breves congelamentos. Apesar de esperado, devido a grande quantidade de inimigos simultâneos na tela, momentos de lentidão também aconteciam mesmo quando estava vazio.

Outro ponto grave é que não há uma sequência em vídeo que deixe de travar o jogo quando exibida pela primeira vez. Imaginem minha frustração ao ver o jogo travar em um desses vídeos, que seguia após derrotar um dos chefões mais difíceis do título, sem que o “autosave” tivesse gravado minha vitória antes da cena começar.

Conversando com colegas que estão testando a versão de PC para outros veículos, descobri que boa parte destes problemas de performance não acontecem no computador. Isso denuncia o foco quase exclusivo no PC, já que na preparação das batalhas, os comandos no controle do console são confusos.

The Dwarves conta com legendas em português, mas tem alguns erros ortográficos - que não muda o sentido das conversas. Porém, a apresentação dos diálogos muitas vezes são confusos, pois alguns trechos ditos pela narradora são omitidos das janelas, ou ditas sem indicação de que é a narradora e não o personagem falando. Isso atrapalha e pode levar a interpretações errôneas, requerendo maior atenção.

A sensação final ao jogar The Dwarves é que poderia ser uma obra incrível, mas que joga seu potencial pelo ralo. Seus inúmeros problemas de performance destroem a paciência de qualquer mestre Yoda, mesmo com uma boa narrativa e dificuldade desafiadora, que exige cada vez mais domínio do sistema de batalha ao invés de soltar ataques e habilidades de maneira descerebrada.

The Dwarves

Redação Games4U

The Dwarves

(Filipe Salles)