GAMES 4U
 
03/09/2018

Redação Games4U

Opinião: PES 2019 avançou em quase tudo, mas teve um revés

E-Sports, Multiplayer, Esportes, Xbox One, PS4, PC 

Antes de mais nada, permita-me confessar que sou fã de jogos de futebol, especialmente Pro-Evolution Soccer, que acompanho desde os tempos do Winning Eleven, nos anos 1990. Então, é curioso acompanhar a evolução tecnológica proposta no game e perceber que certas coisas estão absurdamente melhores, enquanto outras parecem paradas no tempo.

Os gráficos estão belíssimos, a jogabilidade muito mais fluida e os clubes brasileiros em sua maioria estão bem representados. Mas as narrações e os goleiros parecem dar passos para trás. Vamos examinar os pontos individuais do PES 2019:

A reprodução dos estádios ficou um espetáculo no PES 2019

GRÁFICOS
Em uma visão geral inicial, fica muito evidente a enorme evolução visual do jogo. Os estádios brasileiros estão belíssimos (o Morumbi e São Januário, em especial, são detalhadíssimos), os uniformes são muito fieis aos originais, a torcida na arquibancada ficou mais realista e a própria movimentação dos jogadores está muito mais real. De fato, a versão 2019 do PES vai dar muito trabalho ao FIFA que evoluiu de maneira espetacular nos últimos dois anos, diga-se de passagem.

Quando a bola rola, o visual do PES 2019 emplaca uma goleada matadora. Caprichado nos mínimos detalhes, PES literamente nos transporta para dentro do gramado e não raro alguém que vê de longe você jogar acha que está assistindo a uma partida de futebol de verdade.

A física da movimentação da bola também impressiona pelo realismo, pois sua trajetória pode ser mudada com a grama e até com a condição do tempo: aposte em chutes de longa distância em dias de chuva e veja o resultado.

A gente poderia até reclamar da expressão facial dos atletas menos famosos, que parecem saído de uma fábrica de mangás, mas sinceramente isso não afeta a jogabilidade e nem o fator imersivo do game como um todo.

A velocidade foi desacelerada, mas o gameplay ficou mais realista

CLUBES
Se você curte os times brasileiros e sul-americanos, como é particularmente o meu caso, a reprodução dos clubes nacionais é extraordinária. Todos os detalhes do uniforme e do elenco são bem fieis à realidade, ainda que haja algumas ausências esquisitas como Diego Souza, que não está na equipe do São Paulo, ainda que já haja atletas que vieram depois dele, como Everton.

Uma das features que achei particularmente matadoras foi poder criar terceiro e quarto uniformes de meu time de coração. A gente customiza como quer, mantém o escudo original e podemos ter o uniforme exatamente como sonhamos. Primeiro e o segundo uniformes são os oficiais, não podem ser alterados, e é aí que o recurso de criar uniformes extras se torna matador para quem é fã de futebol.

Para quem curte o futebol europeu, ainda é uma chatisse sem tamanho encarar uma liga inglesa com times genéricos, com nomes ridículos. Obviamente, como todo fã de futebol, troquei pacientemente os nomes genéricos pelos verdadeiros, uma possibilidade sempre muito bem-vinda na série.

As cobranças de pênalti ficaram melhores... Para os goleiros!

JOGABILIDADE
O gameplay do PES foi levemente desacelerado em relação à edição anterior, dando um realismo maior às jogadas. Essa alteração é uma faca de dois gumes: é claro que fica um pouco mais realista, sim, mas estou jogando um videogame e não é sempre que quero uma “reprodução da vida real” em tudo. Uma aceleradinha para tomar a bola do adversário ou um daqueles carrinhos devastadores fazem parte da diversão do game.

Em um primeiro momento, a gente acaba cometendo faltas demais por não calibrar a pontaria na hora de tomar a bola, mas com prática e treino a coisa entra nos eixos. Ainda assim, a desaceleração do jogo causa alguma frustração na hora de fazer jogadas de linha de fundo, cuja execução ficou bem mais complicada no novo jogo.

A finalização também ficou um pouquinho mais complicada. A velha tática de dar um toquinho em diagonal antes de arrematar a gol não funciona mais como antes: você precisa calibrar bastante a pontaria para acertar o chute em direção ao gol. Apesar de mais complicada, essa funcionalidade é muito superior no PES do que no FIFA, pois reflete com mais precisão a direção que você quer dar à bola. O fato é que, passada a irritação inicial com tantos gols perdidos, quando você pega a “manha” da finalização, ela é muito mais precisa.

Dribles e cabeceios também mudaram um pouco e estão um pouquinho mais complicados. Porém, é preciso deixar isso bem claro: estão mais difíceis, sim, mas bem melhores e mais precisos. Além do mais, você pode desenvolver habilidades específicas de cada jogador do seu time. Exemplos que observei no time que escolhi, o São Paulo: Nenê cobra faltas como ninguém, Everton é um ótimo velocista e Sidão... Bem, esse não tem jeito, não, me desculpe.

SUBSTITUIÇÕES
Alguns anos atrás, essa era uma funcionalidade quase ignorada nos games de futebol. Hoje, ela é completa, complexa, exige estratégia e conhecimento do time com a qual você joga. E isso é extraordinário!

Alguns jogadores cansam, sentem fadiga, e isso pode ser ocasionado até pela idade deles. O atleta Nenê, por exemplo, já com seus 37 anos, rende bem no primeiro tempo mas cai de produção na etapa final do jogo: é sempre bom ficar atento para substituí-lo. A “stamina” baixa afeta diretamente precisão de chutes e até mesmo de passes.

Aliás, o próprio Nenê testou o jogo antes do lançamento, como conferimos de perto:

(Se o vídeo não abrir, clique AQUI)

As contusões de jogadores no PES 2019 não são tão presentes como no FIFA 18, por exemplo, e essa é uma funcionalidade chatinha que irrita durante o jogo, mas dá uma enorme dose de realismo ao jogo, forçando-nos a mudanças de estratégias durante as partidas. No FIFA, não substituir um atleta machucado pode resultar em uma contusão que o deixará meses fora de ação durante os torneios, mas no PES isso não parece fazer muita diferença. É mais “perfumaria” mesmo.

GOLEIROS
Eles sempre foram um dos pontos fracos da série PES e sinceramente não vimos nenhuma melhora nesse sentido no PES 2019. Em princípio, achei que o goleiro do meu time é que era meio ruinzinho (ah, Sidão...), com saídas erradas, saltos para trás na hora errada, rebatidas horrorosas para dentro da área e reposições de bola equivocadas. Mas testando em outras equipes, percebi que os goleiros ainda são um dos poucos pontos realmente fracos da série da Konami.

Para piorar, a coisa parece meio desbalanceada, pois alguns goleiros de renome fazem defesas praticamente impossíveis, completamente irreais, enquanto goleiros de times menores cometem falhas primárias.

Ah, a Master League: o modo mais viciante do PES!

MASTER LEAGUE (LIGA MASTER)
Particularmente, é de longe meu modo favorito de jogar PES: disputar torneios, negociar jogadores, avançar e até mudar de clube. A Liga Master está mais objetiva e, por conseguinte, mais divertida. O menu ficou mais direto, tornando as consultas ao calendário e aos “reports” do elenco mais rápidas, permitindo criação de estratégias completas inclusive poupando jogadores de desgaste em partidas contra times menores.

Vale observar que aqui a ação dos olheiros tornou-se mais efetiva, permitindo encontrar jogadores que de fato podem agregar mais ao seu clube. Curiosamente, muitas vezes aparecem jogadores consagrados que são “facinhos” de contratar e deixar seu elenco mais forte.

Negociar jogadores ficou muito menos burocrático do que no FIFA e até mesmo do que no PES 2018, pois você pode definir bases de contratação e de salário de forma muito mais efetiva e muitíssimo mais rápido. É claro que não é aquela “baba” dos primórdios da série, mas também não é mais tão complicado como nas últimas edições do jogo.

O visual perto do gramado se destaca em alguns modos do jogo

RUMO AO ESTRELATO
Confesso que o modo Carreira do PES nunca me empolgou muito, porém, a versão 2019 traz uma interface similar ao da Master League, o que nos deixa mais familiarizado com as opções disponíveis.

Aqui você encarna um jogador e deve levá-lo ao sucesso na carreira. O início não é muito fácil, mas a evolução é muito rápida e, mesmo começando em um time brasileiro até de menor expressão, rapidamente você já vai receber uma proposta da Europa e, se os resultados forem realmente bons, sobra até uma convocação para a Seleção.

Durante as partidas, confesso que fico desconfortável com a visão pessoal do jogador dentro de campo. Sou jogador das antigas, sinto-me muito mais confortável com a tela vista mais de cima, como já é clássico em games de futebol. De qualquer modo, o visual é de fato muito bonito quando focado em apenas em um jogador.

O MyClub continua sendo o carro-chefe da série

MYCLUB
Esse é carro-chefe do PES 2019, aquele que mais aparece e, na maioria das vezes, é o diferencial que decide pela compra do game. E ele vem cheio de novidades nesta edição.

Os jogadores agora são apresentados em forma de cards, com as principais informações a respeito de sua performance. Além disso, a forma como você encontra um novo talento futebolístico ficou mais parecido com o modo Ultimate Team, do FIFA, inclusive com animações mais detalhadas.

Assim como no modo Master League, o sistema de contratação foi descomplicado ao máximo e é possível ficar atento a eventos que liberam atletas especiais por um tempo determinado e muito curto. É preciso ficar sempre atento.

(Se o vídeo não abrir, clique AQUI)

NARRAÇÃO
Sinceramente, sempre achei repetitivas e chatinhas as narrações dos jogos em português, tanto no PES quanto no FIFA. Além do mais as diferenças de tons na fala soam extremamente robóticas quando Milton Leite e Mauro Beting dizem os nomes dos jogadores. OK, a narração agora está melhor do que antes em alguns aspectos, mas continua repetitivo.

Curiosamente, se você deixa a narração em inglês, acontece a mesma coisa que já observamos no FIFA: a quantidade de falas em inglês é infinitamente maior, mais variada e - para quem entende a língua - muito mais divertida.

Para piorar, há um “delay” chatinho nas narrações em português que levam a situações bizarras: o narrador continua berrando que foi gol mesmo após o juiz ter anulado e a jogada ter continuado normalmente.

FICHA TÉCNICA

(por Fernando Souza Filho editor do Games4U e autor do livro Guia Prático do PES 2014, lançado em 2013)

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