GAMES 4U
23/03/2017

Redação Games4U

Dragonball Xenoverse 2

Xbox One, PS4 

Este é um jogo abertamente direcionado aos fãs. Se você e um DBZfan, não tem nem o que discutir, corra atrás de Xenoverse 2 e delicie-se com essa visão fiel do anime, com seu incrível sistema de desenvolvimento dos personagens. Mas se você é apenas um fã de games em geral e nem conhece muito bem a série Dragonball Z, então a coisa pode parecer mais complicada. Pra falar a verdade, é bem provável que você não veja nem muito sentido no game.

Dragonball Xenoverse 2 é um projeto ambicioso, pois propõe levar o fã de DBZ a um mergulho imersivo profundo no mundo da série, exigindo um empenho ímpar para você acompanhar e entender o sistema de progressão de seu personagem. Mas é um projeto feito com apenas com o fã em mente, por isso, até o sistema de combate se torna uma estratégia de tentativa-e-erro se você não conhece bem o estilão DBZ.

É fato que Dragonball Z foi a porta que abriu o mercado ocidental para o mundo das animações japonesas dos anos 1990 e o início dos anos 2000, mas mesmo após tanto tempo continua sendo um dos animes mais influentes desse nicho nipônico. E você já parou pra se perguntar qual a razão desse sucesso? Pense comigo: certamente jamais foi por causa de seus enredos quase sem sentido… Sim, a causa do sucesso foram as lutas! Elas eram absurdamente exageradas e completamente caricatas para passarem despercebidas.

É exatamente por isso que não importa se estamos falando de Super Saiyans ou de Xenoverse, é exatamente a mecânica das lutas o segredo do sucesso de DBZ e nenhum game que use a marca pode deixar de considerar esse detalhe. Xenoverse 2 arranca um “Uau!” dos antigos fãs e um “Nhééé” de quem não conhece esse histórico da série.

Um mundo aberto ambientado no universo nostálgico de Dragonball Z usa elementos de RPG old school para colocar você dentro da trama simplista da série. OK, eu usei a palavra “simplista” pra pegar bem leve, afinal, a história se resume a salvar os heróis da Time Patrollers de vilões gratuitamente perversos que querem destruir o mundo. Pronto, acabou. Qualquer coisa além disso é papagaiada de poser.

Como é tradicional no estilão anime, não adianta vir com chutinhos e soquinhos comuns. Aqui você só é efetivo com combos, super-ataques e golpes tão exagerados quanto aquelas luzes que brilham em cada soco. Aliás, você já viu golpe que brilha? Eu sempre imaginei que os criadores desses animes devem ter passado por Chernobyll e visto algo assim por lá. Não tem outra explicação...

Cada personagem tem seu próprio inventário de golpes, como o Hyper Explosive Demon Wave de Piccolo ou a Sprit Bomb de Goku. O segredo é saber usa na hora certa, entendendo o que pode afetar mais seu adversário, dependendo das fraquezas dele. Por conta desse detalhe, cada embate é único em Xenoverse 2 e não adianta apertar todos os botões indiscriminadamente para acertar qualquer golpe no adversário. Simplesmente não funciona assim.

É exatamente por isso que insisto no ponto de que Xenoverse 2 não “encaixa” com novatos ou curiosos: é preciso conhecer e entender a alma da série para conhecer e entender como o game funciona. Não adianta, por exemplo, fazer um game do Superman como aquela coisa horrenda que a Electronic Arts lançou em 2006 se ele não tem nada a ver com o personagem, não tem a alma dele. Xenoverse 2 segue o caminho inverso, respeita a alma de DBZ, sabe lidar com isso de maneira inteligente, por isso tem o respeito de seus fãs.

Mas Xenoverse 2 não é um jogo hermético e você pode sim se arriscar nele mesmo sem conhecer esse universo. É por isso que o conselho número zero é entrar de cabeça no modo de treino, pois ele até nos ajuda a explorar melhor Conton City até no intervalo entre as missões principais. Há inclusive as missões de treino, que ensinam você a bater seu oponente de maneiras bem específicas e, à medida que você é bem-sucedido, ganha novas habilidades e novos golpes para usar nas batalhas.

Isso também abre o campo para você desenvolver habilidades especiais, que podem fazer toda diferença durante uma luta. Você precisa entretanto saber o que está fazendo, saber diferenciar o que é um golpe de ataque e o que é um de defesa, pois muitas vezes seu personagem pode desenvolver mais habilidades de um do que de outro. E isso obviamente pode ser um fator determinante para uma vitória consagradora ou uma derrota humilhante em uma luta.

Não espere variedade nas missões singleplayer, pois essa não é a alma da série. A “missão” quase sempre se resume a ir a algum lugar e derrubar todo mundo - e isso está completamente de acordo com o espírito de DBZ. Não adianta querer inventar, mesmo que após algumas horas a gente comece a cansar dessa mecânica repetitiva.

Essa pouca inventividade também é espelhada no multiplayer, que só tem os modos versus e cooperativo, que você pode intercalar com as Missões Paralelas. O problema é que mesmo essas missões também são muito repetitivas. O melhor mesmo é investir no modo versus: é só pancadaria.

Mas também no multiplayer o cenário não é favorável a novatos: o jogo não é muito amigável pra quem tá chegando agora. A Bandai Namco parece partir do princípio de que se o cara chegou até aqui é porque ele já conhece bem como funciona tudo em DBZ. Não é bem assim que deveria funcionar.

De qualquer modo, é no geral um jogo muito bonito, que tem um profundo respeito com o histórico da série Dragonball Z, mas que é especialmente indicado para quem já conhece a série. De preferência, de longa data.

 

compartilhe

Confira as notícias e vídeos do mundo dos games

Resident Evil Village chega nesta semana já em português
Hot Wheels Unleashed tem corrida 'nas alturas' com Skyscraper
Expansão coloca os EUA na batalha de Iron Harvest