Dia mais frio do ano? Não para o público do Festival Retro Games Brasil. No último dia 25 de maio, na Casa de Nassau, no bairro paulistano de Pirituba, o evento atraiu centenas de fãs e profissionais do setor.

Nem mesmo a menor temperatura do ano registrada em São Paulo e uma pequena fila na entrada do evento foram suficientes para esfriar o fanático e nostálgico púbico que prestigiou o festival.

Conhecido como “Clube Holandês”, o local poderia muito bem naquele sábado ser rebatizado para “Clube dos Games Clássicos”. Poderíamos discorrer sobre a baixa tradição daquele país no mundo dos jogos, em geral representado por coadjuvantes e alguns poucos personagens de luta livre, como o Master Barnes de 3 Count Bout, ou ainda pelo homônimo Ken Masters (Twisted Metal) que na realidade se chama Alex Moore. Mas isso é tema para outra história...

No festival, o que não faltou foi tradição. Com a mescla ideal entre exposição, palestras, comércio e bate-papo, era difícil distinguir o público em geral dos profissionais presentes.

O evento teve a presença de influenciadores digitais e apresentou um game inédito, Blazing Chrome. Lojas especializadas e veículos do mercado de jogos retrô também marcaram presença como A Casa do Videogame, EFighters, GamesCare, Top Games Brasil e WarpZone, entre outras.

Mas o destaque maior ficou para o ciclo de palestras – que na verdade foi transformado em uma mesa redonda descontraída, com participação de jornalistas e editores que trabalharam nas icônicas Ação Games, Capcom, EGM Brasil, Nintendo World e Tectoy, dentre outras.

O Retro Games Brasil 2019 contou com renomados jogadores, em especial os dedicados aos campeonatos dos emblemáticos Street Fighter Zero 3, The King of Fighters ’98 e Mario Kart 64, bem como, por capacitados profissionais da imprensa e pelos organizadores RGB Inside, Arcade Players e WarpZone.

Analogamente, ainda que os campeonatos contassem com players de grande representatividade, era possível qualquer um jogar os clássicos em diversas máquinas reais de Arcade em jogos de Capcom, SNK e Neo Geo disponíveis no local.

Lado a lado eram dispostos equipamentos especiais como monitores profissionais Sony e Ikegami e emblemáticos consoles e computadores de todas as gerações.

Destacamos como ponto positivo do evento a interação entre os participantes. O comércio especializado de jogos, consoles, sorteios e memorabilia em geral era feito por grandes vendedores, mas também era permitido para o público pagante. Mais do que colecionismo, muitos contatos e trocas foram realizadas.

Também merece destaque o divertido show com a clássica banda Mega Driver. Sensacional!

Sabemos que os jogos clássicos possuem um público fiel e, por isso, nos alegra constatar que com esforço, mérito e paixão, um gol de placa é marcado no sentido do mercado se reinventar com publicações, canais e eventos especializados como esse, atraindo também novos públicos ao mesmo tempo em que preserva o legado dos games em nosso país.

(João Emmanuel Pessoa)