Existem muitos jogos ruins no mundo. Mas existem alguns tão ruins que acabam de alguma forma esquisita se tornando cults. É o caso de Drake of the 99 Dragons, lançado em 2003 pelo desenvolvedor sueco que se chama Idol FX (e que não revela o nome verdadeiro por... vergonha, talvez?) e que foi uma unanimidade: todos os reviews o consideraram um dos piores games da história. A maioria na verdade o considera o pior da história mesmo. Porém, não é que o game foi parar no Steam? E mais: custando meros US$ 4.95!

Considerado por revistas especializadas da época como “Vergonha do Mês” (no caso das edições mensais) e até “Vergonha do Ano”, o jogo estranhamente continua vendendo e tem fãs de seu assassino que parece usar uma tatuagem do Slipknot. O jogo tem um design estranho e o personagem faz coisas igualmente estranhas, como correr pelas paredes, sem que haja uma justificativa para isso.

A ruindade de Drake of the 99 Dragons talvez seja porque o jogo sofre de uma espécie de “Síndrome de Ed Wood”, ou seja, ele não foi feito para ser tão ruim. Mas é. A arma do protagonista, por exemplo, atira para qualquer lado indiscriminadamente, sem direção, e acaba acertando todo mundo. Será que é por isso que virou cult?

Mais curioso ainda é o comportamento da mira da arma, que está sempre buscando um inimigo mesmo que você não queira isso. Resultado: muitas vezes o inimigo está na sua frente e você não consegue atirar porque a arma continua procurando outros inimigos.

Esta versão 2018 para PC que está no Steam retirou a mira automática que busca inimigos até onde não tem nada. E, acredite se quiser, tem fã reclamando disso nos fóruns online de jogadores, afinal, essa mecânica tosca era uma das características principais do jogo.

Confesso que se tivesse testado esse jogo como algo convencional, teria odiado. Mas, com todo o histórico de ser o pior game do mundo, acabei me divertindo e dando boas risadas com esta versão 2018 de Drake of the 99 Dragons.

(Fernando Souza Filho)