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É verdade que as mulheres ainda não têm o destaque merecido no universo dos e-sports, mas também é bem verdade que nos últimos anos isso tem mudado muito. Um grande exemplo dessa nova mudança de mentalidade está em alguns novos nomes que surgem no cenário, como Babi Micheletto, gamer que divide seu amor pelos jogos eletrônicos com a paixão pelo seu time de futebol de coração e os treinos como judoca e personal trainer.
Babi tem 26 anos, integrou a equipe feminina Dragões Digital E-Sports, hoje é streamer da equipe. Fã de League of Legends, Counter-Strike: Global Offensive, Fifa, jogos de terror e do seriado Dexter, a gamer do litoral paulista (Santos) atendeu ao Vivo G4U para uma rápida entrevista antes de mais uma sessão de CS:GO.
G4U: Como começou sua paixão pelos
games?
Babi Micheletto:
Bom, foi algo muito engraçado: fui
passar as férias na casa do meu primo no interior e ele me levou
junto com meu irmão para uma lan, para jogar
Counter-Strike. Eu era a única menina da lan, não sabia
nada do jogo, mas me encantei por esse mundo. Sobrou só eu para
defusar a C4 [desarmar o explosivo plástico], mas eu não sabia qual
botão fazia isso [risos]. Acabei morrendo com a bomba e foi uma
loucura, todo mundo começou a me zoar, fiquei morrendo de vergonha.
Depois desse dia, instalei o jogo no meu PC e aí começou essa
jornada.
O que a motivou a integrar a equipe
Dragões Digital E-Sport?
Além do amor pelos e-sports, tem também a paixão pelo São Paulo FC,
que é muito grande. Minha família inteira é super fanática e surgiu
essa oportunidade de juntar as minhas duas paixões. Não pensei duas
vezes.
Em quais games você compete pela
equipe?
Eu fazia parte da equipe feminina de CS:GO da Dragões, mas
após alguns acontecimentos a equipe se desfez e cada uma seguiu seu
caminho. Atualmente, sou streamer pela Dragões.
E no lado pessoal, quais seus games
favoritos?
Minha paixão pelo CS é indescritível, com certeza é minha
base de tudo, construí amizades de anos através do jogo. Mas gosto
muito de League of Legends, Fifa e de jogos de terror
também.
Ao contrário do estereótipo tradicional,
você é uma gamer que adora futebol, é judoca e personal trainer.
Como você concilia tempo para tudo isso?
Um dos períodos mais difíceis da minha vida foi o da faculdade,
pois eu não achava tempo para me dedicar aos jogos. Foi um sufoco,
mas às vezes no intervalo de 15 minutos entre as aulas eu ia para
uma lan perto da faculdade e jogava por 10 minutos [risos]. Desde
pequena sempre gostei muito de esportes, quem me conhece sabe que
sou fanática por futebol, então sempre que tenho oportunidade foi
ao estádio ver o meu Tricolor. Agora que já estou formada, consigo
me organizar melhor com o tempo, trabalho de dia de à noite começa
a maratona de jogos. Por enquanto, esse esquema tem dado certo.
A participação feminina nas competições de
e-sports cresceu muito nos dois últimos anos, mas ainda está longe
do ideal. Você crê que ainda existe algum preconceito nesse sentido
atualmente?
Existe e muito! Não é fácil ser mulher nesse meio, mas estamos
muito mais unidas nos últimos anos e isso vem nos fortalecendo,
fazendo a gente conquistar o nosso espaço. É muito triste ver que
ainda existe esse tipo de preconceito com as garotas, pois
diferente de esporte, que exige força física, os e-sports só exigem
dedicação, interesse e esforço de cada um. Ser homem ou mulher não
faz de você melhor do que o outro, só depende de você!
Como achar a Babi:
YouTube: https://www.youtube.com/user/babisfail
Twitch: https://go.twitch.tv/babiii199
Dragões Digital E-sports: https://www.facebook.com/TeamDragoes/
(Fernando Souza Filho)