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Sul Sul! – essa é uma das frases mais comuns no jogo. Em Simlish, a língua do game The Sims, quer dizer “Oi!” O idioma falado pelos personagens é incompreensível e, ao mesmo tempo, é familiar à todos os jogadores da saga de simuladores da vida real.
Lançado em 2000, o jogo que permite criar personagens, casas e explorar o mundo da maneira como bem entendemos precisou desenvolver uma língua que não soasse repetitiva e também fosse universal.
Apesar de ter sido criado a partir de um conjunto de sons improvisados, o Simlish foi desenvolvido de maneira consistente para ser considerado um idioma, pelo menos no mundo dos Sims.
Ao mesmo tempo que causa estranhamento e é cômico, o Simlish é fundamental para realizar tarefas e interações com outros personagens.
Só conseguimos desenvolver nossos Sims com a ajuda dos balõezinhos com ícones em cima de suas cabeças enquanto falam, dando pistas do que eles estão querendo dizer. Assim como o tom da voz e as gesticulações.
O criador Will Wright imaginava que as línguas reais iam apenas criar distrações e acabariam soando repetitivas, deixando toda a experiência de jogo entediante.
Claire Crichton, a diretora de áudio da primeira versão do jogo, explica que “a ideia era criar uma língua que fosse unicamente do mundo de The Sims, e para isso a equipe considerou misturar vários idiomas reais para criar um conjunto fonético consistente, mas sem sentido”.
O Simlish têm referências dos idiomas ucraniano, finlandês e o tagalog – um dialeto das Filipinas. Mas no fim das contas, a equipe apelou para o improviso.
Na época da primeira versão, apenas existiam de 10 a 15 palavras no vocabulário de The Sims. Porém, 20 anos depois, elas ainda fazem parte do jogo, mas o vocabulário cresceu a cada nova versão e expansão.
Em The Sims Medieval, por exemplo, o idioma é um precursor do Simlish, o Old Simlish, que tem um som mais elegante semelhante ao francês.
Os atuais dubladores do jogo, Krizia Bajos e Scott Whyte explicam que há muita emoção e personalidade por trás de cada personagem dublado. Para Scott, é divertido e desafiador poder criar algo do zero.
“Você tem a liberdade de ser puro e emotivo da maneira como quiser”, explica Kriza, acrescentando que a sensação das dublagens é de liberdade, “porque não existem amarras de significados das palavras”.
O Simlish realmente é uma língua fascinante e complexa. Não é à toa que tanta gente já ficou se perguntando se os personagens estavam falando algum idioma desconhecido.
(Raquel Rapini é colaboradora do site GEEKNESS)